O Rio Grande do Norte está próximo de realizar uma transformação histórica na pecuária estadual. Com infraestrutura pronta e planejamento avançado, o estado deve enviar seu primeiro lote de gado vivo para o Oriente Médio ainda em 2025, utilizando o Porto de Natal como porta de saída. A iniciativa representa uma oportunidade estratégica para fortalecer o setor pecuário potiguar e acessar um mercado internacional bilionário, segundo informações apresentadas durante seminário realizado na Festa do Boi 2025, em Parnamirim. O primeiro embarque deve contar com cerca de 3.500 cabeças e está sendo conduzido pelo empresário mossoroense Cláudio Escóssia, com expectativa de conclusão até o final do ano.
A exportação contará com vantagens logísticas significativas que podem transformar a competitividade do estado. Enquanto embarques do Sul e Sudeste levam até 21 dias para chegar ao Egito, saindo de Natal o tempo cai para 11 a 13 dias, reduzindo custos com combustível, alimentação e manejo dos animais. O estado já possui uma Estação de Pré-Embarque aprovada pelo Ministério da Agricultura em Alto do Rodrigues, onde os rebanhos passarão por quarentena e controle sanitário antes do envio internacional. O Porto de Natal está habilitado, possui tarifas competitivas e condições de assumir protagonismo nesse mercado que movimenta 1,8 milhão de cabeças anualmente no Brasil.
O secretário de Agricultura, Guilherme Saldanha, destaca que o RN importa R$ 1,3 bilhão em carne anualmente e comercializa apenas 20% do consumo interno, evidenciando o potencial subutilizado pelos produtores locais. A operação promete gerar empregos, movimentar a economia rural e incentivar melhorias genéticas nos rebanhos. Segundo Escóssia, o mercado exportador vai exigir gado selecionado e padronizado, fazendo com que criadores invistam mais em genética, alimentação e manejo. A expectativa é que a abertura do mercado externo transforme definitivamente o cenário da pecuária potiguar nos próximos anos.