O ex-chefe de Segurança Institucional do governo Bolsonaro, general Augusto Heleno, depôs nesta terça-feira (26) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro. Sua convocação foi motivada por informações reveladas na delação premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid. No depoimento, Cid alegou que Bolsonaro teria discutido a possibilidade de um golpe de Estado com as forças armadas ainda em 2022.
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Nos momentos iniciais do depoimento, o general afirmou que não estava em posição de fazer comentários sobre os eventos de 8 de janeiro, uma vez que não fazia mais parte do governo.
“No dia 31 de dezembro de 2022, à meia-noite, deixei de ser ministro de estado e não fiz mais contato com servidores do GSI ou da Presidência da República. Portanto, não tenho condições de prestar esclarecimentos sobre os atos ocorridos no dia 8 de janeiro” disse Heleno.
O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) esclareceu que, durante o seu tempo no cargo, não discutia assuntos políticos com seus subordinados. Enfatizou que não deixou um “DNA bolsonarista” na instituição, visto que jamais abordou “assuntos eleitorais ou político-partidários” com seus servidores.
Sobre os acampamentos, Heleno afirmou que esse era um assunto que dizia respeito ao Ministério da Defesa e não à sua pasta. “Não era responsabilidade do GSI. Jamais estive no acampamento”, disse. Acrescentou ainda que, em sua concepção, os acampamentos não passavam de ações e manifestações contempladas no Estado democrático de direito.
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O general compareceu à Comissão amparado por um habeas corpus emitido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, que lhe concedeu o direito de permanecer em silêncio caso as suas respostas aos questionamentos dos deputados e senadores, pudessem incriminá-lo.