O segundo tenente do exército, Osmar Crivelatti, prestará depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro na próxima terça-feira (19). Crivelatti fazia parte da equipe de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, de acordo com a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), tinha uma proximidade significativa com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Para a senadora a presença do militar é extremamente relevante para a investigação.
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“Nós temos hoje o Mauro Cid que ali faz uma delação premiada, e acredito que essa contraposição entre o que ele fala e o que o ex-presidente Bolsonaro fala será vital. Na delação premiada, ele apontou para a parte das vacinas, para a parte das joias e para a parte do golpe, que é o ponto central de investigação desta CPMI. Acredito que, se a gente conseguir aprovar esse requerimento de acareação, será um ganho muito importante, será um avanço muito importante para o fechamento dos trabalhos desta comissão”, declarou a senadora Eliziane Gama à imprensa.
Já o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), declarou que convocará uma sessão para votação de requerimentos somente após um acordo entre a base governista e a oposição.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) posicionou-se contrariamente ao pedido de acareação entre Mauro Cid e Bolsonaro, argumentando que a Comissão queria desviar o foco das investigações. Na sua concepção, a CPMI deveria ater-se à apuração da suposta omissão do Ministério da Justiça no dia dos ataques.
“Por que a relatora não quer investigar, por exemplo, a omissão do Ministério da Justiça, que tinha a Força Nacional à disposição e não a empregou para garantir a segurança e proteção dos prédios públicos? É lamentável que a relatora tente buscar depoimentos que colocam apenas Bolsonaro como alvo. Bolsonaro já não era mais o presidente. Tem mais a ver com alguém que está tentando esconder o que de fato aconteceu do que uma investigação que procure lançar luz sobre o 8 de janeiro”, proferiu o senador Marcos Rogério.
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Conforme informações da Agência Senado, estava previsto que a CPMI recebesse o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro, General Braga Netto, ainda nesta semana. No entanto, a audiência foi adiada a pedido da relatora.