Ex-diretor-geral da PRF é preso por suspeita de direcionar ação contra eleitores de Lula
A PF interceptou uma conversa em que o ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF, Adiel Pereira, critica Vasques por ter proposto um "policiamento direcionado" nas eleições




Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Redação NERO
09/08/23 16:42

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido durante a manhã desta quarta-feira (9) como parte da Operação Constituição Cidadã, conduzida pela Polícia Federal (PF) para investigar possíveis interferências de agentes públicos nas eleições de 2022. Mensagens em seu celular indicam que Vasques teria direcionado uma ação policial para constranger eleitores do presidente Lula (PT) durante o segundo turno das eleições.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu dez mandados de busca e apreensão, além de um de prisão preventiva, em diferentes estados: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e ainda no Distrito Federal. Concomitantemente, a Corregedoria-Geral da PRF ordenou que 47 policiais rodoviários prestassem depoimento aos agentes da Operação.

As investigações da PF indicaram que Silvinei Vasques teria instruído seus subordinados a dificultar o trânsito de eleitores de Lula na segunda volta das eleições. As ações se concentraram sobretudo no Nordeste, região que, segundo as pesquisas de intenção de voto, mantinha-se como o maior colégio eleitoral do atual chefe de Estado.

Em nota, a PF esclareceu que “os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”.

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A Polícia Federal informou também que pretende ouvir todos os policias envolvidos na operação simultaneamente, com o objetivo de evitar uma possível “combinação de versões”. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, enfatizou a importância dessa ação para efetivar a prisão do ex-diretor-geral da PRF.

“A efetividade das inúmeras e necessárias oitivas de agentes da Polícia Rodoviária Federal sobre eventual determinação de Silvinei Vasques, então Diretor Geral da PRF, para realização de “policiamento direcionado”, pode ser prejudicada pela manutenção de liberdade do investigado, conforme já ressaltado anteriormente na representação da Polícia Federal, cujo trecho – pela importância – se repete”, afirmou o ministro.