O desejo do presidente Lula (PT) de nomear o ex-governador Paulo Câmara (PSB) para a presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) esbarrou na Lei das Estatais, que impede a sua posse. O Planalto contava com a aprovação de uma mudança no Senado Federal, mas o presidente Rodrigo Pacheco (PSD) não pauta. Está do seu jeito reagindo aos problemas criados pelo PT a seu protegido, o ministro Alexandre Silveira (PSD). E no STF, o ministro André Mendonça pediu vistas, sem data para devolver o processo.
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O impasse sobre a Lei das Estatais continua. Ministro do STF, Ricardo Lewandowski deu liminar que favorece a posse de Paulo Câmara. Mas o ministro André Mendonça reagiu e colocou o processo para ser votado no plenário. No Planalto, esse desgaste não era imaginado. Assim, continua a decisão: se Paulo Câmara não puder assumir BNB, interinamente, assume Stelio Gama.
A solução idealizada pelo Planalto para se livrar do atual presidente Gomes da Costa, apadrinhado do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, é mesmo nomear um presidente interino. A operação será feita em duas etapas. A primeira é nomear o atual presidente da organização social INEC – Instituto Nordeste Cidadania, Stelio Gama, como diretor financeiro. Em seguida, é convocada uma reunião da diretoria para empossá-lo como presidente interino.
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O inusitado dessa operação é o fato do Planalto estar escolhendo o presidente do INEC, alvo de denúncias no Governo Bolsonaro por gerir a carteira de R$ 14 bilhões do Crediamigo e Credirural, para assumir o BNB.
A indicação do presidente interino Stelio Gama é do líder do Governo Lula, José Guimarães (PT). A diretoria foi dividida entre os políticos nordestinos da base aliada do Governo:
Diretoria Financeira – Stélio Gama (PT-CE – deputado José Guimarães);
Diretoria de Negócios – Wanger Antonio de Alencar Rocha (PT-BA – senador Jacques Wagner);
Diretoria de Administração – Lindozo de Albuquerque Filho (União Brasil-PE – deputado Luciano Bivar);
Diretoria de Planejamento – José Aldemir Freire (PT-RN – governadora Fátima Bezerra);
Diretoria de Ativos de Terceiros – Olavo Rebelo de Carvalho Filho (PT-PI – ministro Weligton Dias);
Diretoria de Controle e Risco – Neto Franca (MDB-PB – senador Veneziano Vital do Rego).