Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), arrecadou R$ 17,1 milhões, por meio de transações via PIX, ao longo dos primeiros seis meses deste ano. O valor total recebido é oito vezes superior ao que Bolsonaro declarou em bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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De acordo com o Coaf, os R$ 17,1 milhões foram divididos em 769 mil transações, efetuadas entre 1º de janeiro e 4 de julho, creditadas na conta do ex-chefe do executivo. Esse montante corresponde a cerca de 92,4% do total que circulou nas contas do ex-presidente em 2023.
O conselho considerou a situação como “atípica e incompatível”. No entanto, ponderou que valor arrecadado e o número de transações podem ter relação com a campanha de doações promovida pelo ex-presidente e seus aliados nas redes sociais. A campanha foi criada para pagar uma dívida de R$ 1.062.416,65, resultante de sete multas acumuladas entre 2021 e 2022, decorrentes do descumprimento das medidas sanitárias em vigor à época no estado de São Paulo.
Bolsonaro chegou a declarar que já tinha conseguido juntar o montante necessário para poder liquidar suas multas, porém, até o momento, o ex-presidente não publicou nenhum dado relativo aos valores transacionados durante o período.
“Foi algo espontâneo por parte da população. O Pix nasceu no nosso governo. Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e a expectativa de outras multas. O valor a gente vai mostrar brevemente. Agradeço a contribuição, mesmo sem ser a pedido. A massa contribuiu entre R$ 2 e R$ 22”, comentou à época.
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Segundo o Coaf, foram registrados pagamentos provenientes do PL, que transferiu R$ 47,8 mil em duas vezes; R$ 9.647 vindos de 3 empresas que dividiram o montante em 62 lançamentos; além de transferências de R$ 5.000 a R$ 20.000 de 18 outros nomes, que incluem empresários, advogados, agricultores, militares, estudantes e dois indivíduos identificadas como “do lar”.
As informações reunidas e divulgadas pelo relatório foram encaminhadas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8 de janeiro de 2023.