A empresa Burn Indústria e Comércio Ltda., com sede em Queimados, na Baixada Fluminense, foi identificada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) como a possível responsável pelo despejo ilegal de substância surfactante nas águas do Rio Guandu, ocorrido na madrugada da última segunda-feira (28). O incidente obrigou a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, que abastece cerca de 80% da região metropolitana do Rio de Janeiro, a suspender sua captação. A empresa enfrenta agora uma multa de até R$ 50 milhões e responderá judicialmente por crime ambiental.
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O governador em exercício do estado do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha (União), destacou durante coletiva de imprensa nesta manhã (30) que a empresa enfrentará punições rigorosas, servindo como exemplo para desencorajar futuras infrações.
“Nós vamos usar todos os agravantes que fizerem sentido para que a gente possa punir de forma exemplar, na medida e na proporção que o caso exige, sem cometer injustiças, mas dando o exemplo. O estado do Rio não pode aceitar esse tipo de crime ambiental de forma pacífica, precisamos realmente aqui de muita energia do estado”, afirmou Pampolha.
A Polícia Civil informou que solicitará a suspensão das atividades da empresa e realizará inspeções em outras fábricas do Distrito Industrial de Queimados para verificar possíveis descartes irregulares que tenham levado à interrupção da ETA.
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Pronunciamento da Burn Indústria e Comércio Ltda.
A empresa emitiu um comunicado ao Globo, no qual nega ser a responsável pela contaminação do manancial. Confira:
“A Burn esclarece que não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu. A unidade opera com tecnologia de ponta e de padrão internacional, seguindo os mais rigorosos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e em ambiente de circuito fechado, ou seja, sem qualquer escoamento ou ligação com a rede pluvial. Além disso, tem todas as licenças necessárias e destinação ambientalmente correta de seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes. Cabe ressaltar que a fábrica está a 11 quilômetros de distância do sistema do Guandu seguindo o fluxo do rio, e adota uma série de iniciativas sustentáveis, como sistema de reuso de água da chuva, iluminação por fontes renováveis e selo EU Reciclo. A empresa também contratou laboratório especializado para coleta e análise da água e está colaborando com as investigações, à disposição das autoridades”.