O padre Cícero Romão Batista, também conhecido por Padre Cícero (ou Padim Ciço), foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A lei 14.693/2023, sancionada pelo presidente Lula (PT), foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11).
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O Projeto de Lei (PL) 10/2020 foi apresentado à Câmara em fevereiro de 2020 pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE). Após uma longa tramitação, foi aprovado em votação de turno único no dia 5 de maio deste ano. Poucos meses depois, no dia 14 de setembro, recebeu parecer favorável do Senado e foi submetido à sanção presidencial, que foi assinada nesta terça-feira (10).
A matéria, uma vez no Senado Federal, foi atribuída ao senador Cid Gomes (PDT-CE), que atua como vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Cid foi encarregado de elaborar um relatório referente ao PL, no qual menciona que “a influência de Padre Cícero e seu reconhecimento como homem bom e caridoso foram sedimentados na cultura nordestina. A análise de sua vasta obra já resultou em centenas de publicações, incluindo estudos e biografias, as quais revelam uma vida dedicada ao povo brasileiro”.
Percurso religioso
Cícero, considerado um santo popular, mesmo antes de sua canonização pela Igreja Católica, nasceu em 24 de março de 1844, na cidade do Crato, região sul do Ceará. O padre iniciou seus estudos religiosos em Cajazeiras, no estado da Paraíba, e depois ingressou no seminário da Prainha no centro da capital cearense. Aos 28 anos, Padre Cícero fixou residência em Juazeiro do Norte, município vizinho ao Crato, quando foi designado vigário.
Em 1889, padre Cícero protagonizou um milagre na Capela de Nossa Senhora das Dores, ao supostamente transformar uma hóstia em sangue durante a comunhão geral. Ao longo de sua vida eclesiástica, ocorreram outros eventos semelhantes que atraíram uma grande quantidade de fiéis a Juazeiro do Norte, chamando também a atenção da Igreja.
No entanto, após diversas investigações da instituição, a Igreja concluiu que não houve milagre, resultando na abolição de suas ordens sacerdotais. Apesar de Cícero ter apelado pela revogação da pena, esta foi mantida.
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O padre Cícero foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira em 1973, e em junho de 2022, o processo de beatificação foi iniciado. Atualmente, Cícero possui o título de “Servo de Deus”, que é concedido aos indivíduos cujo processo de beatificação foi oficialmente aberto, sendo uma das etapas no processo de obtenção do título de santo.