O Copernicus Climate Change Service (Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus), uma iniciativa gerida pela União Europeia (UE) no âmbito do Programa Copernicus, divulgou uma pesquisa nesta quarta-feira (6) que aponta os últimos três meses (junho até agosto) como os mais quentes desde o início dos registros em 1940. Os dados também indicam um aquecimento contínuo das temperaturas da água do mar, atingindo níveis sem precedentes, e um nível excepcionalmente baixo de gelo na Antártica para esta época do ano.
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Segundo os dados da pesquisa elaborada pelo Copernicus, este agosto foi o mais quente já registrado, ficando apenas atrás de julho deste ano. Os dados indicaram um aumento de aproximadamente 1,5ºC em relação à média da era pré-industrial (1850-1900). Somente em 2016, a Terra vivenciou um semestre tão quente quanto o de 2023. Contudo, naquela época, o aquecimento irregular ocorreu devido à intensidade com que o fenômeno meteorológico El Niño afetou o planeta.
“Oito meses passados em 2023, e estamos experienciando o segundo ano mais quente até à data, somente uma pequena fração mais frio que 2016, e estima-se que agosto se registre uma temperatura 1,5ºC mais quente que os níveis pré-industriais. Estamos observando não apenas novos extremos mas a manutenção dessas condições climáticas adversas, e o impacto que estas têm tanto nos humanos como no planeta, são uma consequência clara do aquecimento golbal”, comentou o diretor do Copernicus Climate Change Service, pertencente ao European Centre For Medium-Range Weather Forecast (ECMWF), Carlo Buontempo.
Em agosto, as temperaturas médias globais do mar atingiram 20,90ºC, superando o recorde anterior de março de 2016. Como resultado, o nível de gelo no mar Antártico diminuiu cerca de 12%, o menor desde o início das observações por satélite nos anos 70. No Ártico, houve uma redução de 10% na camada de gelo quando comparado a anos anteriores, porém manteve-se acima do nível mínimo que foi registrado em agosto de 2012.
Em um comunicado oficial, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou que necessitamos agir imediatamente, pois acredite que ainda haja tempo para reverter a situação. “O nosso planeta acabou de passar por uma temporada de calor intenso – o calor mais intenso já registrado. O colapso climático começou. Os cientistas vêm nos avisando há tempos o que o nosso vício pelos combustíveis fósseis poderia fazer. O aumento nas temperaturas exigem um aumento das ações. Os líderes devem atentar-se para buscar soluções para as alterações climáticas. Nós podemos ainda evitar o pior do caos climático – e não temos tempo a perder”.
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De acordo com uma nota do World Meteorological Organization (Organização Mundial de Meteorologia), há 98% de probabilidade de que um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado. Existe também uma chance de 66% de que a temperatura exceda temporariamente o limite máximo de 1,5ºC estipulado pelo Acordo de Paris.