O presidente Lula (PT) considerou as exigências feitas pela União Europeia (UE), no acordo com a Mercosul, incompatíveis com a realidade socioeconômica sul americana. Criticou ainda a forma como os países desenvolvidos lidam com os periféricos. As declarações foram proferidas em discurso na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em paris, nesta sexta-feira (23).
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“A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a gente vai resolver isso?”, questionou Lula.
O evento realizou-se no Palácio Brongniart e contou com a presença de mais de 100 chefes de Estado. O presidente dedicou grande parte de seu tempo a debater políticas ambientais, e de que nada serviria a sua aplicação caso a problemática que envolve a pobreza e desigualdade não fosse abordada simultaneamente.
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Lula elogiou o processo de construção da UE e expressou o desejo de espelhar esse sistema nos países do Mercosul.
“Depois de duas guerras mundiais, vocês conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um Parlamento, conseguirem viver com divergência, mas discutindo as coisas democraticamente. É uma coisa que eu quero para a América do Sul”, disse.
O chefe do Executivo agradeceu ao presidente da França, Emmanuel Macron, pelo convite e afirmou estar com muita vontade “de brigar nesses próximos três anos”. Desejou boa sorte e encerrou seu discurso.