No que se tornou uma crescente preocupação na capital baiana, farmácias e drogarias de Salvador estão sob mira de roubo de medicamentos agonistas GLP-1, conhecidas como “canetas emagrecedoras”. Estima-se que apenas entre fevereiro e maio de 2025 um grupo tenha invadido 23 farmácias espalhadas por bairros como Itapuã, Costa Azul, Pituba, Graça, Barra, Ondina, Armação e Horto Florestal, causando um prejuízo aproximado de R$ 2 milhões. A situação motivou a Polícia Civil a deflagrar a Operação Mirakel.

As investigações apontam para atuação organizada de facções criminosas, com envolvimento de menores e uso de disfarces, como uniformes de entregadores de aplicativo, para facilitar os delitos. Existe preocupação também com a segurança dos trabalhadores do setor: segundo representantes do Sindicato dos Farmacêuticos (Sindifarma), muitos estabelecimentos já adotaram medidas adicionais como contratação de segurança ou antecipação do horário de fechamento, mercadorias guardadas em retaguarda, e redução de estoques para evitar perdas.

Moradores afetados por esses episódios relatam temor de sair à noite ou frequentar farmácias em determinados horários, sobretudo em bairros com grande número de casos confirmados. A insegurança vai além do prejuízo financeiro: ela compromete o acesso a medicamentos essenciais e a sensação de segurança da população. As autoridades, por sua vez, reforçam a necessidade de apoio comunitário através de denúncias (como pelo Disque Denúncia 181), enquanto prosseguem as diligências da operação para prender envolvidos e desmantelar a rede criminosa.