O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro, o deputado Arthur Maia (União-BA), decidiu que a votação dos requerimentos desta terça-feira (26) será realizada em blocos, em vez de individualmente. Durante a sessão, o parlamentar escolherá quais pedidos de convocação e de informação serão apreciados. Maia também adiantou que não incluirá na pauta a discussão sobre a quebra de sigilo bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua esposa, Michelle Bolsonaro.
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O presidente da CPMI comunicou que tanto o diretor nacional de segurança pública, José Américo de Souza Gaia como os financiadores dos atos golpistas serão convocados a depor perante a Comissão.
“Nessa reta final, nós temos que ouvir, além da força nacional, os financiadores. Os financiadores ainda não vieram à CPMI e é importante. Existem alguns convocados e nós precisamos fazer com que essas pessoas venham à CPMI para a gente saber quem foi que pagou os atos que aconteceram aqui no dia 8 de janeiro e os próprios acampamentos, etcétera. O foco da CPMI nessa reta final deve ser para trazer a força nacional e trazer os financiadores. Tem aí, além disso, a convocação do Braga Netto”, afirmou Arthur Maia.
O senador Randolfe Rodrigues (AP), pretende convocar também o ex-comandante da marinha, Almir Garnier dos Santos. Durante a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, supostamente revelou que o ex-presidente teria se reunido com alguns dos então comandantes das Forças Armadas, incluindo Garnier dos Santos, que havia dito que caso Bolsonaro quisesse prosseguir com o golpe, as suas tropas estariam à disposição.
“Havia uma tentativa de golpe de estado. Os dados que nós tínhamos até agora eram de movimentos golpistas a partir dos militantes do bolsonarismo. Agora nós temos comprovadamente que o ex-presidente da República reuniu o alto comando das Forças Armadas e tentou um golpe de estado. Só não concretizou devido à posição constitucional de setores das Forças Armadas, que foram coerentes com os compromissos que fizeram, não ao presidente da República, mas à Constituição”, comentou Randolfe.
Na sessão desta terça-feira, a Comissão deve ouvir o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, que afirma que os atos do dia 8 de janeiro foram apenas manifestações públicas. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, seguindo a mesma linha do general, alega que não houve tentativa de golpe naquele dia, uma vez que não havia um líder identificado.
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Na próxima quinta-feira (28), um dos condenados pela tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília prestará depoimento à CPMI.