A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (3) uma sessão solene em homenagem aos 70 anos da Petrobras. Durante o evento, William França, diretor de processos industriais da empresa, destacou que a Petrobras tem a capacidade de liderar a transição energética no país, porém adianta que manterá o foco na exploração de combustíveis fósseis.
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“Mas não vamos nunca nos esquecer que a nossa galinha de ovos de ouro é a produção de óleo e gás, porque o combustível fóssil ainda será fundamental para o país por muitos anos. Por isso, nós também não abrimos mão, enquanto cidadãos, de explorar para saber se temos petróleo na margem equatorial”, declarou França.
Apesar de ter recebido uma primeira aprovação no mês passado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a exploração de petróleo na margem equatorial – que se traduz pela área entre o Amapá e o Rio Grande do Norte – vem sendo alvo de inúmeras críticas por parte das organizações ambientalistas. Isso ocorre devido à pressa em realizar uma transição energética visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera
França afirmou que a Petrobras está em negociações com duas refinarias, a Refinaria de Petróleo Riograndense e a Refinaria Landulpho Alves, com o objetivo de transformá-las nas primeiras refinarias completamente verdes do Brasil.
“Se transformando não só em uma empresa de óleo e gás, mas sim em uma empresa de energia fundamental para a transição energética nesse país. A Petrobras tem condições de liderar a transição energética no país, e assim vamos fazer”, acrescentou França.
Ainda durante o seu discurso, o diretor de processos industriais da Petrobras lembrou que já se discutiu a possibilidade de abrir a empresa ao mercado internacional, e que surgiram dúvidas em relação às explorações em águas profundas na camada “pré-sal”. No entanto, França sublinha que o petróleo extraído dessa camada representa quase 80% da produção nacional.
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA), autor do pedido de realização do evento, mencionou que a Operação Lava Jato, na forma como foi executada, teve consequências negativas para a indústria nacional.
“Com isso, destruíram a indústria naval, destruíram os nossos estaleiros. Centenas, não foram dezenas, não, centenas de milhares de empregos no país foram fechados, graças à forma como, sob o discurso de combater a corrupção, na verdade, estavam desmontando a indústria nacional. Estavam entregando as nossas riquezas, estavam impedindo que o país continuasse na rota do seu desenvolvimento”, ressaltou Solla.
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O parlamentar afirmou também que, no período de 2016 até 2022, foram vendidos ativos da Petrobras por um valor bem abaixo do que realmente valeriam.