Entre janeiro e 10 de agosto de 2025, a Bahia notificou 10.187 acidentes de trabalho e doenças ocupacionais por meio do Canal de Denúncia Trabalhista, segundo dados de empregadores. Nesse mesmo período, foram registrados 63 óbitos relacionados a acidentes laborais. A média mensal já chega a cerca de 1.390 notificações, o que representa um aumento de 10,3% em comparação ao ano passado.
Especialistas apontam que esta escalada nos casos está muito ligada às mudanças nas condições de trabalho. A terceirização, os contratos temporários, a adoção de formas menos regulares de prestação de serviço e empresas de menor porte, muitas vezes sem infraestrutura ou segurança adequadas, aparecem entre os fatores de risco mais mencionados. Além disso, a falta de capacitação e fiscalização eficazes agrava o problema, sobretudo em setores com demandas físicas intensas ou exposição a agentes nocivos.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia informa que entre abril de 2024 e abril de 2025 113 empresas foram embargadas ou interditadas por auditores fiscais em virtude de condições que ofereciam risco grave ou iminente aos trabalhadores. O aumento das notificações reflete não só mais acidentes, mas também uma possível melhora no registro e na vigilância — embora muitos casos ainda escapem à notificação. Políticas públicas mais firmes, fiscalização intensificada e treinamento são apontados como caminhos urgentes para reverter esse cenário.