No semiárido da Bahia, os prejuízos provocados por ataques de cães a rebanhos alcançam valores alarmantes: mais de R$70 milhões de perdas estimadas em cinco anos apenas na região do Jacuípe. De janeiro a 4 de setembro deste ano, 2.018 animais já foram mortos por caninos, em ataques isolados ou por matilhas, sobretudo entre caprinos e ovinos. Municípios como Cansanção, Ipirá e Monte Santo aparecem entre os mais afetados, com centenas de animais perdidos.
Para conter a situação, o governo estadual implementará um programa de manejo para cães e gatos que inclui castrações, vacinação preventiva, identificação por microchip e campanhas de guarda responsável. Também será usado o sistema existente da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia para registrar ataques, com cooperação entre municípios, consórcios públicos e entidades como o Conselho Regional de Medicina Veterinária.
Além do impacto econômico, há implicações sociais e ambientais graves: muitos criadores da agricultura familiar, com rebanhos pequenos, sofrem fortes perdas que afetam sua subsistência; o valor do quilo de carne de ovino e caprino tem subido; e há risco de abandono da atividade em comunidades afetadas. O manejo ético animal e políticas públicas de contenção se mostram urgentes para evitar o agravamento desse cenário.