Em evento, nesta terça-feira (20), o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), declarou que ainda não há previsão para que o governo apresente uma proposta sobre o mercado regulado de carbono. No entanto, reiterou o compromisso com o desenvolvimento sustentável e sublinhou a importância desse mercado na redução de emissões e combate às mudanças climáticas.
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“Essa é uma realidade que tem pressa. O governo está empenhado no desenvolvimento sustentável e um dos caminhos mais importantes é o mercado regulado de carbono. Aí, nós vamos estimular as pessoas a descarbonizar, as empresas a descarbonizar, criar um mercado, oportunidade de negócios, renda e comércio exterior, que é fundamental”, afirmou o presidente em exercício.
As declarações de Alckmin foram proferidas durante um evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde o mercado de carbono foi um dos temas em destaque. Durante o seu discurso, o vice-presidente ressaltou o potencial do país na produção de energia renovável, e que o mercado de carbono tem o poder de impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 5%, equivalendo a cerca de US$ 120 bilhões até 2030.
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“As possibilidades do Brasil são impressionantes. A pergunta sempre foi onde produzo bem e barato. Agora é onde produzo bem, barato e compenso as emissões de carbono. Aí o Brasil tem oportunidade única”, disse.
Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que tanto o governo como a CNI são a favor da regulamentação do setor, no modelo cap-and-trade. Esse tipo de mercado consiste na limitação (cap) das emissões de gases de efeito estufa, permitindo às empresas que comercializem (trade) licenças de emissão, ou seja, trata-se de um incentivo econômico para combater as emissões e investir na inovação das tecnologias sustentáveis.
O governo pretende, com a regulamentação do mercado de carbono, alinhar o Brasil à agenda da redução das emissões de carbono. O plano tem como base a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) de 2009 e o Acordo de Paris de 2015. Espera-se que, com a implantação de medidas como essa, o país reduza as emissões em 50% até 2030 e torne-se livre de emissões até 2050.