No Rio Grande do Norte, o percentual de domicílios que despejam esgoto de forma inadequada caiu de 26,6% em 2023 para 15,9% em 2024, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Apesar da redução, o índice continua acima da média nacional, que é de 14,4%. Embora represente um avanço, esse percentual ainda reflete o déficit estrutural no saneamento básico em grande parte do estado.
A pesquisa revela que cerca de 197 mil residências no RN ainda utilizam fossas rudimentares, valas, rios, lagos ou o mar como destino inadequado do esgoto. A disparidade entre áreas urbanas e rurais é evidente: enquanto apenas 10,5% dos domicílios urbanos despejam esgoto inadequadamente, a taxa rural chega a 43,2%. Esse contraste denuncia desafios de acesso a serviços de saneamento em regiões mais isoladas.
Ainda segundo a Pnad, 84,1% das residências potiguares contam com formas adequadas de esgotamento, como rede geral ou fossa séptica não ligada à rede pública. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) destaca que há obras de esgotamento sanitário em andamento em várias cidades – incluindo Natal, Caicó, Assú, Macaíba e Parnamirim – com edital de Parceria Público-Privada (PPP) previsto para 2026, visando atender 48 municípios e cumprir a meta do Marco Legal de Saneamento: 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até dezembro de 2033.