Açude Orós volta a sangrar após 14 anos e alegra Ceará
Segundo maior reservatório do Ceará atinge 100% da capacidade
Açude Orós
Redação NERO
29/04/25 13:47

O Açude Orós, localizado a cerca de 450 km de Fortaleza, voltou a verter, ou sangrar como é popularmente conhecido, neste sábado (26), exatos 14 anos após sua última sangria registrada em 27 de abril de 2011. A barragem atingiu 100% de sua capacidade, que é de 1,9 bilhão de metros cúbicos de água.

Construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o Orós é um símbolo da engenharia hídrica nacional e da resistência das populações do semiárido nordestino sobre as adversidades trazidas pelos longos períodos de estiagem. Desde sua inauguração, o açude tem desempenhado um papel importante no abastecimento humano, na agricultura e na segurança hídrica de inúmeras cidades cearenses.

O Açude Orós tem como finalidades a perenização de trechos do Rio Jaguaribe, irrigação do Médio e Baixo Jaguaribe, piscicultura, culturas agrícolas de áreas de montante, turismo e aproveitamento hidrelétrico. Durante décadas, o Orós ocupou o posto de maior reservatório do estado, posição que manteve até 2002, quando foi inaugurado o Açude Castanhão, também erguido pelo DNOCS. Ainda assim, o Orós continua sendo estratégico para a gestão das águas no Ceará.

No início de janeiro o volume do reservatório estava com cerca de 58% da capacidade. Com a quadra chuvosa dos meses de março e, principalmente, de abril, o açude passou a ter um aumento contínuo.

O retorno da sangria após mais de uma década é celebrado não apenas pelos moradores da região, mas também por especialistas em recursos hídricos, que veem o fenômeno como um alívio após anos de estiagem e crise hídrica no semiárido.

Além de sua relevância técnica, o momento renova a valorização do DNOCS, órgão centenário que tem sido fundamental na construção, recuperação e modernização de barragens e outras obras de infraestrutura voltadas para o convívio com a seca. A cheia do Orós é, portanto, mais do que um marco hidrológico, é uma reafirmação da importância de políticas públicas e a necessidade de investimentos contínuos em obras estruturantes para o semiárido brasileiro.