O senador Marcos do Val (Podemos-ES) compareceu na sede da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (19) para prestar depoimento sobre um suposto plano de gravar uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Suspeita-se que o senador pretendia captar algo incriminador, durante a conversa, que pudesse comprometer o resultado das eleições de 2022.
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Em fevereiro deste ano, o senador declarou à PF que se encontrou com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada, para uma reunião. Durante o encontro, Do Val esclareceu que teria sido arquitetada uma trama golpista. No entanto, Jair Bolsonaro, durante seu depoimento, na semana passada, negou que a conversa com os parlamentares apresentou um teor antidemocrático, e que Moraes se quer havia sido mencionado.
As diferentes versões do senador
O senador, durante uma live nas suas redes sociais, declarou que ficava incomodado quando o chamavam de bolsonarista. “Ah, o senador bolsonarista e tal. Vocês esperem. Eu vou soltar uma bomba aqui para vocês: sexta-feira, vai sair na Veja, a tentativa do Bolsonaro, que me coagiu para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele”.
Em entrevista publicada no dia 8 de fevereiro, na edição nº2827 da revista Veja, Marcos do Val afirmou que o convite para o encontro partiu de Daniel Silveira, pois teriam “um assunto importante” para conversar com Bolsonaro. Ele ainda relatou que ambos o convidaram para participar de uma ação que considerou “esdrúxula, imoral e até criminal”.
Silveira, alegadamente, telefonou para Do Val para cobrar um posicionamento do senador, que posteriormente afirmou ter recusado participar da proposta.
Após tornar públicas as declarações dadas à revista, o senador teria recebido ligações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filhos do ex-presidente. Nesse momento, o senador Marcos do Val mudou sua versão, retirando o peso das ações de Jair Bolsonaro e atribuindo-o a Silveira, que já havia sido preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Depoimento de Bolsonaro
Em depoimento na semana passada, o ex-presidente confirmou que o encontro no dia 8 de dezembro aconteceu e que teria sido organizado por Daniel Silveira. No entanto, sublinhou que “não foi levantado nenhum plano, nenhum ato preparatório, sequer de gravar o ministro Alexandre de Moraes”. “Nada foi falado sobre o ministro”, acrescentou.