O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de mais de duas horas de depoimento. Bolsonaro participou de uma oitiva que investiga a tentativa de Golpe de Estado, alegadamente articulada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).
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O ex-chefe do Executivo chegou à sede da PF por volta das 13h40, e permaneceu no edifício até às 16h30, quando a oitiva chegava ao fim. Ao ser questionada, a Polícia Federal optou por não revelar o conteúdo das conversas.
À imprensa, Bolsonaro adiantou que não possuía quaisquer vínculos com o Marcos do Val, apesar de confirmar sua participação em uma reunião com o senador e o ex-deputado federal Daniel Silveira, em dezembro do ano passado. O inquérito em andamento visa investigar o teor dessa reunião, buscando esclarecer se houve intenção de instaurar um golpe de Estado.
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“Nada aconteceu no dia 8 de dezembro. Até porque não tinha nenhum vínculo com o senhor Marcos do Val. Que eu me lembre, nunca tive uma reunião com ele, nunca o recebi em audiência, a não ser, talvez, fotografia, que é muito comum acontecer entre nós. Então, nada foi tratado, não tinha nenhum plano”, esclareceu Bolsonaro.
O ex-presidente afirmou que ficou em silêncio durante toda a duração do encontro com os parlamentares. “O que eu tirei da conversa, fiquei calado ali, era que o Daniel Silveira queria que o Marcos do Val falasse alguma coisa. Ele também não falou nada”.
Segundo Bolsonaro, a aproximação entre Marcos do Val e Daniel Silveira ocorreu após o senador se reunir com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Passou a ter [uma relação entre os dois parlamentares] após aquela audiência pública onde o Marcos do Val, ao falar que iria se encontrar com o ministro Alexandre de Moraes, poderia extrair algo de útil desse possível relacionamento entre o senador e o ministro”, afirmou.
Há suspeitas de que o senador Marcos do Val procurava, durante a reunião com Moraes, gravá-lo a admitir que havia ultrapassado “as quatro linhas da constituição”, a fim de justificar uma possível fraude nas eleições. No entanto, o ministro não fez qualquer admissão de culpa.