O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (4), durante a 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que pretende ampliar os mercados de exportação de produtos locais. Ressaltou também o compromisso em concluir o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE).
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“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, afirmou o presidente, durante a Cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina.
“Não temos interesse em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo. Precisamos de políticas que contemplem uma integração regional profunda, baseada no trabalho qualificado e na produção de ciência, tecnologia e inovação. Isso requer mais integração, a articulação de processos produtivos e na interconexão energética, viária e de comunicações”, acrescentou.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, também criticou a carta adicional do acordo, mencionando que, apesar do Mercosul ser o bloco com menos desenvolvimento econômico, “foi o que mais cedeu”.
O acordo Mercosul-UE começou a ser discutido em 1999 e só foi assinado em 2019, após 20 anos de negociações. O principal objetivo do acordo é promover uma maior integração econômica e comercial entre os países dos dois blocos, por meio de uma redução gradual de tarifas sobre os bens comercializados e, eventualmente, a sua eliminação. Além disso, pretende facilitar a cooperação entre países, em diversas áreas, como preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
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Lula afirmou que é preciso avançar com os acordos em negociação com o Canadá, Coreia do Sul e Singapura. Apontou também a necessidade de “explorar novas frentes de negociação” uma vez que “a proliferação de barreiras unilaterais ao comércio perpetua desigualdades e prejudica os países em desenvolvimento”.
O presidente ainda criticou o ressurgimento do protecionismo e mencionou que a única maneira de combatê-lo é restaurando o protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio (OMC).