O comandante do Exército Brasileiro, General Tomás Miné Paiva, afirmou em conversa com seus interlocutores que o Comando da Força irá punir oficiais que comemorarem o aniversário do golpe militar nesta sexta-feira (31). A punição também será aplicada para aqueles participarem de eventos organizados por militares da reserva.
De acordo com o que foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, nesta sexta, a orientação foi repassada a oficiais e generais da cadeia de comando. A preocupação seria com movimentos organizados por reservistas no Rio de Janeiro.
O exército terá oficiais atentos ao evento que acontece no Clube Militar do Rio, onde acontece nesta manhã, um almoço para celebrar o golpe de 1964.
O evento, intitulado “Movimento Domecrático de 1964” tem ingresos a R$ 90 e é restrito a sócios e convidados. De acordo com o que foi divulgado pela Folha, Generais da ativa tem o costume de frequentar eventos do clube, já que muitos militares da reserva tem familiares na ativa.
A iniciativa não partiu de ordem direta do Ministro da Defesa (MD), José Múcio Monteiro, mas foi tomada após a pasta decidir se manter em silêncio durante o aniversário do golpe de 1964.
Seguntos fontes internas no MD, a definição de se manter em silêncio durante a data, foi a maneira encontrada para evitar conflitos internos com as Forças Armadas e com o atual governo.
Datada entre 1964 e 1985, a ditadura militar no Brasil foi marcada por torturas, perseguições políticas, fim do habeas corpus, mortes, perda da liberdade de imprensa e corrupção.