O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP), não se conformou até hoje com a decisão do presidente Lula de excluir o PP da montagem do seu Ministério. O objeto de desejo de Lira era comandar o Ministério da Saúde, que acabou indo para a cientista social Nísia Trindade Lima.
O inconformismo de Lira ainda foi maior após a confirmação da escolha do senador Renan Filho (MDB), seu inimigo político em Alagoas, para o Ministério dos Transportes. Dia sim, outro também, Lira em suas conversas na Residência Oficial ou mesmo em seu gabinete na Câmara, comenta: que foi traído durante o governo provisório do presidente Lula.
Para Arthur, o líder do Governo Lula, José Guimarães (PT), só vazou para a imprensa o seu desejo de reivindicar um aliado na Saúde porque recebeu uma ordem de alguém acima dele. Lira não sabe quem, mas suspeita. Contudo, não revela nomes. E quem pagou a conta foi Guimarães, pois o presidente da Câmara se sentiu traído. A conversa sobre esse assunto tinha sido bem restrita.
Mesmo sem citar suas suspeitas, os dois principais nomes na cabeça de Arthur Lira são: o próprio presidente Lula ou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.