Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (8), Nossa Senhora da Imaculada Conceição uniu fé e esperança no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife. O local amanheceu tomado por centenas de devotos que caminharam pelas escadarias e ruas do entorno, marcando o início da 121ª edição da Festa do Morro da Conceição, tradição que une religiosidade, cultura e memória popular. As celebrações se estendem ao longo do dia, com missas, orações e a expectativa da procissão da padroeira.
Para muitos, chegar até o alto do morro é mais do que um trajeto: é um testemunho de fé. Famílias inteiras, idosos, jovens e crianças caminharam unidos, trazendo velas, terços e pedidos de proteção. A atmosfera de devoção tomou conta do ambiente — houve silêncio respeitoso nas ladeiras, orações fervorosas e emoção visível no olhar dos presentes. O comércio local também ganhou vida: barracas vendiam terços, imagens da santa, doces e lembranças da festa, transformando a subida num ritual de fé e comunhão.
Mais do que uma tradição religiosa, a Festa do Morro traduz a história, a cultura e a resistência do povo recifense. Desde 1904, quando a imagem da santa foi trazida da Europa e instalada no topo do morro, devotos se reúnem anualmente para celebrar a Imaculada Conceição — uma devoção que atravessa gerações e mantem vivo o sentimento de pertencimento. Num contexto recente de reconstrução e restauração do santuário, a mobilização de hoje reafirma a força da comunidade: fé, memória e esperança seguem unidas em cada oração, subida e promessa renovada.
