Um levantamento recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que 18 unidades prisionais em Pernambuco enfrentam índices de superlotação acima da média nacional — hoje em torno de 150,3%. A situação mais grave ocorre na Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, projetada para 950 presos, mas abrigando 6.469 detentos — uma taxa de 680,9%, entre as piores do país.

Outras unidades também ultrapassam muitos patamares de segurança: o Presídio de Salgueiro, no Sertão, chegou a 671,3% de ocupação; o Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, opera com 524% da capacidade. Segundo dados de auditoria do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), o déficit total de vagas no sistema penal do Estado alcança 14.599 — há 26.875 presos para apenas 12.276 vagas confirmadas nas unidades monitoradas.

Diante da crise, o governo estadual informou que planeja criar 5.754 novas vagas: 2.754 no Complexo Prisional de Araçoiaba e 3 mil nas novas unidades do Presídio de Itaquitinga, com previsão de conclusão para agosto de 2026. Resta saber se essas medidas serão suficientes para reduzir o colapso carcerário — e garantir direitos mínimos de dignidade, saúde e segurança para os que cumprem pena.